O incentivo à criação de ambientes de trabalho mais saudáveis, respeitosos e inclusivos, livres do assédio institucional, norteou as discussões do 2º evento promovido no âmbito do Pró-Integridade, programa do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), voltado a servidores federais, profissionais de recursos humanos, gestores e a sociedade em geral. O evento foi realizado na tarde desta quarta-feira (24/08), em Brasília.

O Ministério da Gestão é o primeiro da Esplanada a abordar a questão do assédio institucional, termo ainda pouco conhecido, em um evento destinado, principalmente, ao público interno, o que demonstra o compromisso da pasta com o estudo em torno da temática. Para isso, o MGI reuniu profissionais, estudiosos do assunto, para aprofundar a reflexão sobre o problema.

Presente na abertura do encontro, a secretária-executiva do MGI, Cristina Mori, destacou que identificar o assédio institucional é mais difícil que reconhecer o assédio moral. “A dimensão do assédio institucional está muito ligada às pessoas que estão em posição de poder e isso interfere em toda a cultura da instituição afetada. Cada vez mais, precisamos ter mais elementos e ferramentas para criarmos estratégias que nos ajudem a lidar com esse tipo de assédio”, reforçou Mori.

Criador do conceito “assédio institucional”, o secretário de Gestão de Pessoas do MGI, José Celso Cardoso, esclareceu que esse tipo de assédio pode até ser usado como método de governo. De acordo com o secretário, “como não se trata de um assédio realizado apenas por razões interpessoais, ele se alastra pela administração pública para atingir objetivos determinados, como a desconstrução de órgãos e de políticas públicas que não se perfilam aos objetivos ideológicos de um determinado governo”, explicou Cardoso.

A professora e pesquisadora da FGV, Gabriela Lotta, apresentou o resultado de uma pesquisa acadêmica, realizada com centenas de servidores públicos de áreas como saúde, meio ambiente e educação, em torno da problemática do assédio institucional disseminado nos últimos quatro anos. De acordo com ela, espaços de defesa coletiva, como os sindicatos, ajudam a fortalecer o estado democrático de direito. “Temos de defender esse processo de ação coletiva da burocracia, porque para termos uma democracia forte é fundamental o respeito aos ritos da burocracia”, alertou Lotta.

O debate foi mediado pela ouvidora do MGI, Ana Carolina Quintanilha. A ouvidora-geral da União, Ariana Frances, também compôs a mesa de diálogos e na oportunidade frisou que debates como os do Pró-Integridade “por mais que tratem de temas difíceis, devem ser promovidos, cada vez mais, para que os servidores públicos se apropriem dos conceitos relativos ao tema e saibam identificar uma situação de abuso”.

Para assistir ao evento do 2º Pró-Integridade, acesse o canal oficial do MGI no Youtube.

Publicada originalmente no Gov.br

Publicado na CompliancePME em 1 de setembro de 2023