O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, destacou nesta terça-feira (3) que o compromisso com a transparência e a ética nos negócios é pilar fundamental para a atração de investimentos bem como para a sobrevivência e expansão das empresas. A afirmação foi feita durante a solenidade de lançamento do Comitê Governança para a Indústria, na sede da CNI, em Brasília.

Caberá à CNI coordenar o comitê, que será vinculado à Rede Governança Brasil (RGB). A parceria conta com o apoio do Instituto Latino-Americano de Governança e Compliance Público (IGCP) e terá a missão de aproximar o setor empresarial das boas práticas de governança, identificando gaps e propondo melhorias que resultem numa maior eficiência institucional.

Na avaliação de Robson Andrade, a iniciativa da Rede de criar o Comitê de Governança da Indústria e de convidar a CNI para liderar esse fórum é muito positiva, uma vez que reconhece a importância da participação do setor empresarial no esforço em favor da transparência e da responsabilidade em todos os níveis de gestão.

“A adesão às boas práticas de governança é estratégica para o fortalecimento e para a adequação do setor industrial brasileiro aos modernos princípios globais de credibilidade empresarial e de responsabilidade socioambiental”, pontuou o presidente da CNI.

Robson Andrade indicou a presidente da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (FINDES), Cristhine Samorini, para coordenar as ações do comitê. “Estou certo de que, com a experiência e a representatividade da CNI combinadas com a competente liderança da Cristhine, esse fórum será um importante canal de diálogo, de disseminação de boas práticas e de incentivo à adoção dos modernos padrões de governança nas empresas brasileiras”, disse o presidente da CNI.

Primeira missão será diagnóstico sobre governança na indústria

Cristhine afirmou que buscará incentivar as indústrias a compartilharem boas práticas de gestão e, assim, contribuir para a transparência e responsabilidade em todos os níveis das organizações empresariais. “A indústria espera ampliar seu relacionamento com os demais componentes da rede, como o poder público, para trocar experiências e fomentar a pauta de forma interinstitucional”, disse.

Como primeira missão, ela anunciou que o comitê vai produzir um diagnóstico sobre os níveis de maturidade da governança e integridade no ambiente de gestão do setor produtivo. “É preciso compreender o cenário da governança, uma vez que atualmente não existe um mapeamento real do cenário das práticas de governança e integridade adotadas pelas pequenas, médias e grandes indústrias no Brasil”, explicou Cristhine.

“É imprescindível conhecer esse nível de maturidade para detectar avanços a serem a impulsionados e dificuldades a serem mitigadas, no sentido de contribuir para a melhoria do ambiente de governança no país, sob o aspecto do setor privado”, acrescentou a coordenadora do comitê.

Ministro do TCU diz que indústria deve liderar país

Embaixador da RGB e ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes enfatizou que o apoio da CNI, como representante maior da indústria nacional, será imprescindível para a transformação do país, a partir de ações de governança. “Temos capacidade de sermos criativos, de sincronizar o setor privado e público e de buscar as boas práticas. É a governança que nos dá essa possibilidade”, enfatizou. “A indústria brasileira pode e deve ser a grande líder de uma nação, combinando e sincronizando com os demais poderes e com os setores primário e secundário”, completou Nardes.

O presidente da Suzano, Walter Schalka, alertou que a governança e transparência são fatores essenciais para a indústria. Segundo ele, a multinacional do setor celulose tem investido fortemente nas agendas ambiental e de diversidade. “Temos um objetivo bastante claro de trabalhar com transparência como sendo pilar principal na nossa prática diária. É preciso investir muito em digitalização e inteligência artificial, pois isso vai permitir que os processos sejam mais ágeis e possam gerar decisões mais imediatas na organização”, destacou.

 

Publicado originalmente no Portal da Indústria

Publicado na CompliancePME em 3 de maio de 2022