Empresas da indústria da construção com práticas de sustentabilidade conseguem ter ganhos econômicos maiores do que empresas que não adotam a agenda ESGESG é uma sigla em inglês para “environmental, social and governance” (ambiental, social e governança, em português). Geralmente, ela é usada para se referir às práticas ambientais, sociais e de..., sigla em inglês para Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança). A conclusão é de levantamento realizado para a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) pela Fundação Dom Cabral (FDC), que avaliou o desempenho das empresas do setor no país. Os dados estão na Cartilha ESG, que a CBIC, junto com o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), lançou na última sexta-feira (20), durante o Construa Minas, evento que reuniu especialistas, empresários e profissionais do setor, em Belo Horizonte.
A cartilha detalha, de forma didática, os benefícios diretos e indiretos para as empresas, as tendências do mercado, como mitigar riscos, o que fazer a curto prazo, planejamento para médio e longo prazos, os desafios e as oportunidades, além de estudos e pesquisas no Brasil sobre o setor.
De acordo com o presidente da Comissão de Obras Industriais e Corporativas (COIC) da CBIC, Ilso de Oliveira, a cartilha é uma iniciativa única no Brasil. “É o primeiro lançamento de uma cartilha com esse conteúdo. Entendemos que será uma ferramenta extremamente útil para as empresas que queiram conhecer um pouco mais e implantar o ESG nos negócios”, reiterou.
O coordenador da Subcomissão de Contratos do Sinduscon-MG e um dos autores da cartilha, Thiago Gomes de Melo, afirmou que o desempenho competente de ESG é atrelado a uma boa performance praticamente em todas as questões empresariais, seja de operações, gestão de pessoas, tecnologia, estratégia.
“A correlação é fortemente em todos os pilares, mas é mais forte ainda na questão econômica. As empresas que têm melhoria na gestão ESG vão apresentar resultados econômicos melhores, mais consistentes.”, afirmou Thiago, ao analisar o resultado da pesquisa. “Quanto mais madura a empresa é nos aspectos de gestão ESG, normalmente ela cresce mais na parte econômica”, disse. Segundo ele, os dados mostram que para cada 1 ponto de melhoria em ESG, espera-se 1,72 de melhoria nos aspectos econômicos.
Thiago afirmou que quando as empresas tratam a agenda ESG com profundidade percebem os benefícios, não apenas para as gerações futuras e para a organização empresarial, mas também para os negócios em si. “Se uma obra é executada pensando na economia de combustíveis fósseis, de recursos hídricos ou de reaproveitamento de materiais, a contribuição para o meio ambiente e para a sustentabilidade será muito mais impactante e, por outro lado, ainda tem o benefício econômico dentro do seu próprio negócio”, destacou.
“O que nós quisemos trazer para as empresas do nosso setor é a proposta de sair da superficialidade, entender o que de fato nós estamos tratando. Nos estudos percebemos que a indústria da construção, globalmente falando, é responsável pelo consumo de quase 75% dos recursos naturais empregados na indústria. Então nossa responsabilidade é muito grande. E a oportunidade também é muito grande’, completou.
O ESG tornou-se um tema de relevância no ambiente de negócios. Os dados de 2019/2020 da Bloomberg mostram que US$ 347 bilhões (R$ 1,8 trilhão) foram injetados em fundos de investimento focados em ESG. Além disso, governos, empresas e outros grupos arrecadaram, vendendo títulos verdes, sociais e de sustentabilidade, US$ 490 bilhões. Nesse período, mais de 700 novos fundos foram lançados globalmente para capturar o fluxo de capital no segmento ESG.
O evento é uma iniciativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), com apoio do Sebrae.
O Construa Minas teve patrocínio (Diamante) da PAD, Fassa Bortolo (Patrocínio Ouro), Sicoob Imob.vc (Patrocínio Prata), Ferreira, Pinto, Cordeiro, Santos & Maia Advogados e Sienge CV (Patrocínio Bronze). E apoio institucional do Crea-MG, Fundação Dom Cabral, CMI/Secovi MG, Secovi SP e Prefeitura de Belo Horizonte.
Publicada originalmente na Agência CBIC