Um dos grandes desafios das startups do setor financeiro é a capacidade de ganhar escala rapidamente, sem deixar de lado o investimento em segurança.

Hoje, o Brasil é o país da América Latina com o maior número de fintechs ativas: são 632 empresas do tipo em funcionamento, segundo o relatório Fintech Global Vision, da Finnovating.

As mudanças recentes no setor, puxadas pelo lançamento do PIX e do Open Banking, geraram diversas oportunidades, mas, ao mesmo tempo, trouxeram também desafios.

“O crescimento acelerado do PIX, que superou em pouco tempo outras formas de pagamento e transações, trouxe consigo um aumento no número de fraudes. Isso se aplica também para o Open Finance: como proteger os dados? Não temos tantas soluções ainda no mercado, ou seja, isso se tornou um desafio que as fintechs precisam superar, e ao mesmo tempo uma oportunidade para as empresas que trabalham com segurança de criarem soluções para proteger as companhias dessas fraudes”, aponta Felipe Santiago, CEO da CashWay, techfin com soluções end-to-end focadas em atender demandas de Instituições Financeiras e de Pagamento.

O assunto foi pauta do Conexão Inovafin, evento promovido pela CashWay, em parceria com a Celcoin, Awtra e Akropoli, na sede da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), em Florianópolis/SC.

No painel “Encontrando o Equilíbrio: Crescimento em Escala e Segurança no setor financeiro”, os palestrantes debateram o assunto e trouxeram dicas para superar o desafio.

Compliance como aliado do crescimento

Não considerar a criação e manutenção de uma área de compliance no orçamento é um erro comum de muitas empresas do setor durante o desenvolvimento do plano de negócios.

Para Felipe, na fase inicial de uma fintech, ela até pode usar a tecnologia para se proteger. Mas a partir do momento que começa a escalar, é essencial estruturar uma área de compliance.

“Qualquer empresa de tecnologia do mercado financeiro tem que ter uma área de compliance. Eu demorei um pouco a entender a importância desse investimento, mas hoje percebo que é ela, junto com a tecnologia, que garante a segurança da companhia. Quando as regras de compliance estão rodando corretamente, as chances de algo errado acontecer caem para quase zero. Aí você percebe que conseguiu estabilizar a empresa”, conta.

Para startups menores, com uma equipe mais enxuta, outras opções também podem servir, segundo Luiz Penha, founder e COO da Nextcode.

“Hoje o mercado oferece diversas opções, você pode ter um DPO as a Service, Compliance as a Service, etc.”.

Luiz também destaca outro ponto importante para garantir a segurança da empresa. “Quando a gente fala de escala de segurança, o ponto primordial é: ‘como é a entrada do meu usuário?’. Quanto mais tecnologia você conseguir aplicar nessa etapa, mais segurança você vai gerar depois”, destaca.

Publicada originalmente no site CryptoID

Publicado na CompliancePME em 16 de agosto de 2023