O texto abaixo foi escrito por Renato Rogenski e publicado na edição de 25 de março do site do jornal Meio & Mensagem. A reportagem original pode ser encontrada aqui.

No dia 25 de março, a Associação Brasileira de Agências de Publicidade, lançou o guia “Diretrizes de Compliance da Abap”, com um evento em Belo Horizonte (MG). Na visão da entidade, entre os mais importantes objetivos estão a contribuição com o funcionamento mais eficiente e profissional das agências de propaganda, proteção das empresas do mercado contra irregularidades, além do fortalecimento da reputação do segmento por meio das melhores práticas de governança. Todo o material foi elaborado com a ajuda da Fundação Dom Cabral.

Na visão de Mario D´Andrea, presidente nacional da Abap, o guia eleva o nível de profissionalismo, ao mesmo tempo que ajuda o mercado a caminhar de forma ética e adequada dentro de um cenário altamente complexo. “Todo mundo fala sobre propaganda, mas pouca gente conhece, de verdade, a complexidade de processos dentro dela e a quantidade de variáveis que as nossas empresas enfrentam todos os dias, lidando com os mais diferentes stakeholders. Compliance não é apenas uma questão de qualidade, mas de sobrevivência”, explica o executivo.

O próximo passo para a entidade é fazer com que as diretrizes sejam aplicadas no dia a dia das agências e que a sua implantação passe a ser exigida em todas as concorrências, sejam públicas ou privadas, tornando-se um requisito técnico propriamente. “Ter um bom compliance em uma agência de publicidade é uma missão complexa, cara e demorada. Depois de todo o trabalho realizado pela Abap no âmbito do compliance, a vida das agências que querem ter um programa de integridade corporativa sério e consequente, ficará muito mais possível e viável”, comenta Bob Vieira da Costa, CEO da nova/sb, agência que a Abap considera uma das pioneiras na implementação de um programa de compliance no Brasil.

O presidente nacional da Abap também não nega que o guia de diretrizes chega em um momento em que o mercado precisa não apenas ser mais transparente, como também elevar a sua reputação. “Embora a propaganda brasileira seja notadamente admirada em todo o mundo, não apenas por sua criatividade como também por seu modelo, o mal uso da atividade, que a imensa minoria fez para operações escusas, acaba resvalando em todo o mundo. Algumas agências foram usadas nesse sentido. O compliance é um forte antiofídico contra algumas cobras que se infiltram neste quintal”, diz.

Quem também permeia a mesma linha de raciocínio é Edu Simon, CEO da agência DPZ&T. “Programas de integridade têm de ser prioridade para quem comanda a empresa. Abrangem comportamento, cultura e controle, que só se tornam efetivos com o comprometimento e envolvimento das lideranças”, defende.

Publicado na CompliancePME em 27 de maio de 2019