Com o ambiente econômico atual, juros altos e economia estagnada, a quantidade de aquisições no setor de saúde em 2022 apresenta tendências de redução, porém, esse apetite reduzido dos grandes grupos pode trazer uma oportunidade para empresas menores que estão à procura de investidores.

Apenas em 2021, de acordo com um estudo publicado pela Ondina Investimentos, foram realizadas 150 transações de fusões ou aquisições (M&A), das quais 75 foram realizadas por grupos de capital aberto/ estratégico, 32 por venture capital e 17 por grupos de Private Equity, totalizando 83% de todas as transações do setor, para o período.

O que todas essas empresas têm em comum? Gerar valor para os investidores. Em outras palavras, elas buscam oportunidades de investimentos para que, no futuro, haja um retorno real e palpável para os acionistas, e, em um cenário de juros alto, essas oportunidades de investimento estão cada vez mais escassas.

Para uma transação acontecer de forma suave e sem transtornos, é importanteque as operações e as finanças da empresa adquirida estejam controladas e documentadas de forma a facilitar a integração dos números pelo comprador, bem como evitar surpresas desagradáveis relacionadas a valores e contingências.

Para que isso ocorra, normalmente é realizado o processo de Due Diligence, que faz parte de uma sequência de procedimentos adotados para proteger o comprador e o vendedor dessas surpresas, além de nortear as negociações dando suporte para a tomada de decisão no âmbito financeiro, tributário e jurídico.

A atuação do time de Due Diligence nessa fase do processo já é comumente conhecida pelo Mercado, principalmente pelos compradores que contratam os serviços para que haja suporte de uma empresa independente para análise dos números apresentados pelo vendedor bem como para avaliação de riscos.

Menos explorado, o processo de diligência pode também gerar valor a curto, médio e longo prazos, sendo conhecido como Vendor Due Diligence. Mas como?

Uma equipe experiente de especialistas em Vendor Due Diligence é capaz de identificar potenciais gargalos e riscos na geração de valor para o comprador, e, consequentemente, no preço ofertado ao vendedor. Dessa forma a consultoria é capaz de fornecer informações valiosas acerca de contingências tributárias e trabalhistas, potenciais riscos inerentes aos processos internos adotados e uma visão normalizada de suas operações.

O processo não é simples, porém, com todas essas informações em mãos, em conjunto com a equipe de consultoria, a empresa consegue elaborar um plano de ação para minimizar e/ou mitigar os potenciais riscos que acarretam a perda de valor agregado para a efetivação da venda.

Bruno Faccio é sênior manager na Cosmos Advisors

Publicada originalmente no site Saúde Business

Publicado na CompliancePME em 18 de novembro de 2022