A 4ª edição do ‘FIFA ComplianceSubstantivo advindo do verbo to comply (agir de acordo, cumprir, obedecer). Estado de estar de acordo com as diretrizes ou especificações estabelecidas pela lei ou regras, políticas e procedimentos de... Summit’ teve início nesta segunda-feira (26), em San José, na Costa Rica. O evento, que se encerra hoje, aborda temas que até pouco tempo era ignorado pelos players do futebol, como governança e práticas de boa gestão em entidades esportivas. Especialistas, incluindo profissionais de associações e confederações membros da entidade máxima do futebol, estão participando desse importante encontro.
“Entendo que a implementação de normas de compliance é uma realidade e um caminho sem volta para o fortalecimento do profissionalismo no futebol. E cabe a FIFA, no topo da pirâmide, buscar o fortalecimento das boas práticas de governança com a adoção de mecanismos de prevenção de fraudes e irregularidades. Consequentemente a transparênciaÉ o que se pode ver através, que é evidente ou que se deixa transparecer. É a virtude que impede a ocultação de alguma vantagem pessoal. trará mais segurança, melhores acordos de comercialização e novos patrocinadores”, avalia André Galdeano, advogado especializado em direito desportivo e colunista do Lei em Campo.
“A mudança já aconteceu e de maneira rápida. Há três, quatro anos, era difícil falar sobre compliance dentro do esporte. Ou os gestores não conheciam ou entendiam que ele não se aplicava diante da cultura esportiva. Isso já mudou. Todos já entenderam o que é, alguns começaram a implementar e todos irão adotar. Cedo ou tarde. O evento da Fifa é gigante e irá gerar um efeito cascata transformador na gestão esportiva e na proteção jurídica”, destaca Andrei Kampff, advogado especializado em direito desportivo, colunista do Lei em Campo.
Em um discurso por vídeo, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, pediu aos delegados das confederações presentes no evento que a boa governança continue sendo um tópico central em todas associações-membro da entidade. Segundo o mandatário, o objetivo do congresso deste ano é “ir além das melhores práticas e olhar a conformidade de uma maneira diferente”.
“Como podemos expandir a política de melhores práticas para que seja incorporada como uma mentalidade e cultura compartilhadas?”, disse Infantino desafiando os participantes “a colocar as rodas em movimento” após o evento.
Infantino relembrou ainda as melhorias nesse sentido que foram implementadas dentro da FIFA desde a sua eleição em 2016.
“Tivemos que fazer algumas mudanças e reformas rápidas e radicais, por meio da nova Divisão Jurídica e de Conformidade, e quando se trata de questões de conformidade, é como um árbitro em um jogo”, declarou.
“Quando você não percebe o árbitro, isso significa que eles estão fazendo um bom trabalho. Isso porque (na FIFA) instalamos alguns princípios de boa governança muito importantes, e é importante que lembremos a todos nós, sempre, do que fizemos. A nova FIFA é uma organização credível e fiável, que está e tem de estar ao serviço do futebol e não o contrário. São três palavras que resumem essa transformação: Credibilidade, transparência, responsabilidade”, acrescentou Infantino.
Além de questões relacionadas à gestão, também está sendo abordado temas como a promoção de uma cultura de expressão, proteção de dados, entre outros.
Em 2020, por conta da pandemia, a FIFA realizou o ‘Compliance Summit’ de maneira totalmente virtual. Na ocasião, mais de 380 participantes de todo o mundo participaram do encontro, onde foi divulgado o primeiro Manual de Conformidade da FIFA (Compliance Handbook).
Esse guia trata das boas práticas e tem o objetivo de oferecer para as confederações e associações membros uma ferramenta prática, interativa e utilizável para ajudar no desenvolvimento de programas de Compliance que atendem às necessidades organizacionais individuais.
Os painéis do evento estão sendo transmitidos ao vivo para o público pelo site oficial da FIFA.
Publicada originalmente no UOL