Na última sexta-feira (16), a Controladoria-Geral da União (CGU) aplicou uma multa de R$ 45,7 milhões na operadora Vivo. O motivo foi a distribuição de ingressos gratuitos para jogos da Copa do Mundo de 2014 a agentes públicos.

A sentença foi encerrada pelo ministro Wagner de Campos Rosário, que teve sua decisão publicada no Diário Oficial da União no mesmo dia. O texto explica que a operadora teria distribuído mais de 100 ingressos a fim de influenciar deputados, fiscais, autoridades e outros membros do governo para que portas fossem abertas para a Vivo no Brasil.

A ação não é compatível com a Lei Anticorrupção, mais especificamente com o 5º artigo da legislação em questão, já que o que a Vivo fez é considerado um oferecimento de vantagens indevidas a servidores da administração pública.

Apesar de alto, o valor da multa corresponde a apenas 0,1% do faturamento bruto da Vivo em 2018, sem contar os tributos.

Além de pagar a multa, a operadora precisa providenciar a publicação da sanção da CGU em uma edição de um dos quatro maiores jornais no Brasil. O texto correspondente à decisão também deve ser fixado nas principais entradas de pedestres da sede da Vivo e no site da operadora por 30 dias.

Em nota oficial, a Vivo declarou que “desenvolve e implementa iniciativas para assegurar a melhoria contínua de seu programa de compliance, por meio de uma estrutura organizacional e de governança que garanta uma atuação pautada na ética, transparência e respeito às leis e regulamentos aplicáveis”.

Em maio de 2019, a operadora já havia sido multada em US$ 4,1 milhões (aproximadamente R$ 16 milhões na conversão das moedas na época) pela Comissão de Valores Imobiliários dos Estados Unidos pelo mesmo motivo.

Notícia publicada originalmente no Olhar Digital.

Publicado na CompliancePME em 19 de outubro de 2020