A rápida transformação do ambiente de negócios, marcada por crises, ameaças cibernéticas, grandes escândalos decorrentes de fraudes, corrupçãoEtimologicamente, o termo corrupção surgiu a partir do latim corruptus, que significa o "ato de quebrar aos pedaços", ou seja, decompor e deteriorar algo. É o ato ou efeito de... e também fatores positivos como a atração de investidores estrangeiros em startups e demais empresas brasileiras vêm influenciando a adoção de práticas como o complianceSubstantivo advindo do verbo to comply (agir de acordo, cumprir, obedecer). Estado de estar de acordo com as diretrizes ou especificações estabelecidas pela lei ou regras, políticas e procedimentos de... e a valorização da governança corporativaÉ o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e.... No Brasil, cresceu a demanda para a implementação do compliance porque as legislações, regulamentações e fiscalizações estão cada vez mais rígidas, resultando em pesadas sanções de ordem financeira e econômica, tanto para pessoas jurídicas quanto para indivíduos.
Outro motivo que alavancou as práticas de compliance foi a adoção do ESGESG é uma sigla em inglês para “environmental, social and governance” (ambiental, social e governança, em português). Geralmente, ela é usada para se referir às práticas ambientais, sociais e de... (Environment, Social and Governance – meio ambiente, responsabilidade social e governança) nas organizações, principalmente em segmentos ligados ao mercado financeiro e às empresas listadas na Bolsa, exportadores, bem como do setor do agronegócio e tecnologia. O ESG motivou as organizações brasileiras a investirem em práticas que visam a construção de um ambiente saudável, seguro, que solidifique a sua boa reputação no mercado e ganhe a confiança de clientes, parceiros e potenciais investidores. O setor público também está mais atento às relações entre as organizações, principalmente depois que passou a vigorar a Lei nº 12.846/2013 Lei AnticorrupçãoLei nº 12.846 / 2013): Conhecida como a Lei Anticorrupção e , no exterior , como The Clean Company Act ( Lei da Empresa Limpa ) promulgada em 1º de agosto... e com vigilância de perto dos Conselhos e dos cidadãos.
No entanto, ainda há muito para evoluir na implementação do compliance e da governança corporativa, disseminando o conceito nas organizações tanto públicas quanto privadas, pois ainda é desconhecido. Enquanto o compliance(que vem do inglês comply e significa agir de acordo com uma regra) serve para organizar o cumprimento das leis, normas, o monitoramento de atividades e prevenção de conflitos de interesses, a governança corporativa alinha os objetivos dos sócios aos processos de gestão.
Apesar das empresas e organizações estarem mais atentas e interessadas em implementar as medidas de compliance, há uma grande tendência de caracterizarem o compliance como uma atividade operacional (“estar em compliance”) e não estratégica (“ser compliantEstado de estar em compliance, ou em conformidade com os requisitos, regras, políticas e controles aplicáveis e em conformidade com leis e regulamentos externos e internos .”), alinhada à identidade organizacional e a comportamentos éticos. Estar em compliance é cumprir a legislação e as políticas internas por mera obrigação ou para reduzir eventuais penalidades, caso a organização sofra uma punição. Ser compliant é o cumprimento consciente e deliberado da legislação e de políticas internas, guiado pelos princípios e valorescrenças julgadas corretas em relação a interações com outras pessoas ou empresas. que compõem a identidade da organização, visando sua longevidade.
Mesmo já tendo conquistado espaço, o caminho para a cultura do complianceser incorporada e adotada nas empresas é longo e devemos almejar que essas medidas passem a serem vistas não apenas no sentido estrito para a prevenção de ilícitos, mas como a coerência entre pensamento, discurso e ação, buscando fortalecer a cultura e a reputação das organizações.
Originalmente publicado em Diário do Comércio